Desde sempre minha mãe se
preocupava pelo meu desinteresse em aprender a cozinhar. Ela foi preparada para
ser aquelas esposas quase “mestre-cuca”. O pai dela era muito rígido com os afazeres
domésticos e ela trouxe isso com ela.
-“Você vai se casar um dia...
terá filhos... Precisa aprender a cozinhar!”
- “Ele que cozinhe ou comeremos
comida pronta!”
Eu sempre produzia respostas
prontas em um piscar de olhos... São como uma tempestade, como já observado por
Apollo, eu penso muito rápido.
Aprendi com Apollo que cozinhar
não é automático, para que se seja bom é preciso sentimento, carinho, suavidade
e sempre um toque especial que saberá executar estando em sintonia com o
ritual. Já observei ele cozinhar algumas vezes. Como me encanta vê-lo cozinhar,
tomando seu tinto, franzindo a testa quando pensa onde pegar algum utensílio.
Admirável!
Depois de nos alimentarmos de
nosso amor, vou para a cozinha preparar um prato para repor nossas energias bem
gastas. Concentro-me, penso no prazer adquirido há pouco, me sintonizo e começo
a agir, sem pressão, sem vigia, enquanto ele dorme um sono pesado. Incrível:
uma maneira diferente de dizer: Eu te amo. Obrigada! Estou empolgada como uma
criança aprontando uma arte e que sabe que será descoberta, me descubro e me
surpreendo com o resultado... Ouço o barulho da porta se abrindo e ele me
perguntando:
- Você fez o jantar?
Confuso da situação e curioso ao
mesmo instante, eu lhe respondo:
- Está pronto, meu bem. Espero
que goste.
Nenhum comentário:
Postar um comentário