segunda-feira, 7 de outubro de 2013

No quarto

O desejo tomava-lhe o corpo com a velocidade de um raio. Ela estava estendida sobre a cama, olhos fechados, corpo contorcido, pernas trêmulas... Seus dedos tocavam-lhe o próprio sexo e os murmúrios traziam palavras desconexas saturadas de tesão. Simplesmente não lhe ocorriam pensamentos: apenas o desejo irreprimível de gozar infinitamente. 

O sexo tornara-se importante para ela. Quando não estava com o noivo, que viajava sempre à capital para administrar os negócios, ela se fartava com o prazer proporcionado por ela própria na gana de se manter lúcida. A vida para ela era o amor, o tesão, as lembranças... Necessitava do fogo que lhe consumia para perceber que os dias podem ser mais amenos em conseqüência da maior força que toma todos os seres vivos: o sexo. Ela sabia manipular os toques, e onde explorar para que o orgasmo sobreviesse devastadoramente. Prendendo um grito mais alto, ela se contorceu forte e quedou-se com o corpo entregue, vencido. Suas pernas tremiam compulsivamente. Enfim ela voltava ao planeta que habitava rotineiramente. Mas tudo que ela via durante o orgasmo, ela nunca esqueceria, pois aquele mundo lhe pertencia – era só dela.

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