Não
sei bem ao certo onde minhas escolhas estão me levando. Duvido veementemente de quem
assegura que o sabe. Temos apenas as pretensões mais sacrossantas. E só. De
resto, estamos no campo das probabilidades. Sei que nossa percepção do mundo e nosso senso crítico podem minimizar resultados desastrosos. Mas mesmo assim existem as más possibilidades. Se vai dar certo ou errado cabe a
variáveis
que constantemente nos escapam ao controle absoluto. Escolher o que nos trará o bem e
a felicidade. Somos assim.
Se for possível acalentar desejos, seria também possível
possibilitar que os desejos sejam realizados apenas em nossa imaginação? Com
tantos sonhos penso que eu teria, de fato, a necessidade de tornar real o que
agora é
apenas intenção. Os sonhos podem significar o prenúncio de
nossa vontade. Na verdade, esse foi o meu caso.
Em 27 de agosto de 2013 publiquei um
post chamado “O sonho”. Prometi conta-lo aqui. Enfim vou fazê-lo porque preciso cumprir os compromissos que assumo com mais rapidez aqui no blog.
Sonhei que estava sentado à mesa de uma simples cozinha, mas
cuidadosamente decorada. Percebia-se o toque feminino nos detalhes. A toalha de
mesa, os imãs na geladeira, o pano de prato cuidadosamente pendurado
na parede. Ouvia-se uma suave música vinda da sala e o cantarolar feminino
acompanhando a melodia. Olhei sobre o fogão e o almoço já cheirava.
Então
eis que aparece aquela a quem amo, carregando consigo um filho em vias de
nascer. A barriga protuberante anunciava o fim da gestação. Eu
mal podia acreditar que ela estava grávida. Ainda cantarolando, ela se chegou próximo a
mim, sorrindo, tocou meus lábios com os seus e foi para o fogão. A
barriga lhe atrapalhava um pouco o desenvolvimento de sua atividade, mas ela
pouco se importava. A felicidade estava impressa em sua face.
Eu estava maravilhado com aquela paz, com a atmosfera que nos envolvia.
Eu seria finalmente pai de um filho dela, e estávamos em nossa simples casa vivendo a dois, e
em breve, a três.
Ela terminou de preparar um almoço leve e pusemos a mesa juntos. Foi nesse
momento que, muito a contragosto, mas incapaz de determinar a continuação de
momentos tão
especiais, acordei.
Maravilhado com o que sonhara continuei a pensar no sonho ainda de olhos
fechados. Passei uns bons dez minutos assim, encantado, e de certa forma
constrangido por ter acordado. O que era necessário seria tirar o lado positivo de tudo aquilo
e esquecer o fato de não ter podido sonhar com o desfecho. Sabia que
era besteira me aborrecer assim, feito criança alijada de repente de seu brinquedo favorito.
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