quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Em paz...

Cheguei hoje de manhã de viagem. Desci de Monte Verde no fim da tarde de ontem. Os raios do sol entravam pelo vidro do carro já extirpados pela escuridão da noite que os ameaçava. Contornei cada curva da sinuosa estrada em velocidade morosa. O sabor do vento me tomava a face e tinha cheiro das árvores que margeiam a estradinha cravada na serra da Mantiqueira. A paz, nesses momentos, tem ares de eternidade. Talvez, em algum desses momentos, alguma lágrima de agradecimento a Deus tenha caído sem que eu me apercebesse. Se felicidade é outra coisa, dispenso-a. Esses momentos felizes são para mim suficientes.

No caminho de volta, pensei em visitar um velho amigo. Ele estava lá, sentado à soleira da varanda, como sempre, no início de cada noite quente da recém-chegada primavera. Um velho sábio que resolveu viver sozinho em meio à mata. Jantamos com um bom vinho e conversamos sobre os mistérios de pequenos momentos de paz. Aprendi com ele sobre perdoar a nós mesmos, sobre a culpa que ninguém carrega por mais que tenha errado. Aprender demanda erros. O acerto nada mais é que a lição aprendida com o erro. Os perfeitos não seriam assim se não fosse o indispensável erro.

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