quarta-feira, 10 de abril de 2013

Entrementes

            Ela chegou à porta do quarto, parou, aguçou os ouvidos. Pensou por um breve momento que ele estivesse dormindo  na mesma cama que eles já tinham se amado tantas vezes. Com toda leveza que lhe era peculiar pegou na maçaneta e girou suavemente. Abriu a porta e deslizou-a com sutileza. Percebeu em meio à penumbra que o corpo seminu do rapaz estava deitado e sua respiração era leve e tranquila. Foi se aproximando, já descalçada de seu salto, e parou a dois metros da cama. Seu corpo começou a crepitar um desejo insano e incontido de se atirar sobre e lhe esgotar e esgotar todo o prazer que lhe era possível ele lhe oferecer. Tocou seu sexo e sentiu-se consumida de desejo pelo seu homem. Pena que ele está dormindo, pensou ela. Percebeu também que ele vestia apenas a cueca preta que ela lhe havia presenteado duas noites antes. Despiu-se de toda a roupa, exceto a calcinha, e finalmente deitou-se ao seu lado.
Ela acariciou-lhe o peito desnudo e robusto, como que para dizer-lhe boa noite, quando sentiu a mão do rapaz pegando de repente em seu braço. Assustada, ela olhou para ele, e sorrindo ele lhe disse, eu te amo. Então aquela madrugada foi tomada de amor pelos dois com todo desejo que eram capazes de sentir e proporcionar.

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