Quantas
vezes pudemos ver aquelas estrelas que agora caem no oeste, sempre deprimidas
ao nos verem apaixonados, embriagados de desejo? Eu percebi que uma delas estava
com o brilho notoriamente mais avermelhado que de costume naquela noite.
Abraçados e nos dedicando a cada minuto que tínhamos para arrancar de nossos
corpos todo o desejo há muito armazenado olhei teu corpo nu, de perfeitas
curvas, de ancas adultas, de cintura exígua.
Teus
cabelos dourados percorriam-lhe o rosto, ainda banhado em suor, enquanto você
dizia sussurrando que me amava e me acariciava o rosto e as costas levemente,
insistentemente. A janela soprava um vento frio anunciando que o inverno estava
chegando em meio ao zéfiro. Lembro-me de cada minuto em que estiveste junto a
mim, sei que onde tu estás hoje é um mar de luz indefinível de um suave
prateado e calmas brisas revigorantes. Deixaste aqui um lamento profundo e um
desejo de amar mais uma vez.
Preciso
terminar meus dias sentindo e vibrando mais uma vez nas ondas do amor. O
inferno é que o mundo está louco, que os amores adoeceram, mas preciso manter
minha sobriedade por mim, por nós, por ela. E que minha busca me leve a ti um
dia. Nunca me esqueci daquela noite. Amo-te.
Nenhum comentário:
Postar um comentário