quarta-feira, 10 de abril de 2013

Rememorando

Quantas vezes pudemos ver aquelas estrelas que agora caem no oeste, sempre deprimidas ao nos verem apaixonados, embriagados de desejo? Eu percebi que uma delas estava com o brilho notoriamente mais avermelhado que de costume naquela noite. Abraçados e nos dedicando a cada minuto que tínhamos para arrancar de nossos corpos todo o desejo há muito armazenado olhei teu corpo nu, de perfeitas curvas, de ancas adultas, de cintura exígua.
Teus cabelos dourados percorriam-lhe o rosto, ainda banhado em suor, enquanto você dizia sussurrando que me amava e me acariciava o rosto e as costas levemente, insistentemente. A janela soprava um vento frio anunciando que o inverno estava chegando em meio ao zéfiro. Lembro-me de cada minuto em que estiveste junto a mim, sei que onde tu estás hoje é um mar de luz indefinível de um suave prateado e calmas brisas revigorantes. Deixaste aqui um lamento profundo e um desejo de amar mais uma vez.
Preciso terminar meus dias sentindo e vibrando mais uma vez nas ondas do amor. O inferno é que o mundo está louco, que os amores adoeceram, mas preciso manter minha sobriedade por mim, por nós, por ela. E que minha busca me leve a ti um dia. Nunca me esqueci daquela noite. Amo-te.

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