Outro dia eu estava lendo uma coluna num
site, escrita por uma mulher, e ela se mostrava indignada sobre o público a que
se direcionam os filmes pornôs. Eu devo concordar com ela.
Mulheres realmente assistem a filmes pornôs.
E não são poucas mulheres! Mas elas escondem esse fato porque o primeiro
comentário que ouvem quando contam esse pormenor a alguém é o tal do “Danadinha
você, hein??!!”. Isso soa como se o fato de assistir a filmes pornôs fosse algo
abjeto, anormal, inconcebível. Não deveria ser esse estardalhaço. Bem que
poderia ser assim: eu vejo pornô. Ponto. De fato, soa tão inacreditável que nem
a indústria pornográfica acredita. Comportam-se idiotamente ao voltarem o foco
das produções pornográficas ao público masculino e ignoram peremptoriamente as
mulheres. Logo elas que são um público tão fiel a esse tipo de demanda.
Conheci muitas mulheres que, no recôndito de quatro paredes, me confessaram
adorar filmes pornôs. Posso estar dando aqui a pista para a [re]descoberta da
pólvora. Posso até mesmo dar dicas de como os profissionais da indústria pornô
devam gravar os filmes tendo como alvo principal as mulheres. Para ser bem sincero,
acho que os filmes pornôs de hoje são um lixo. Não possuem um contexto, não tem
um enredo certo. Mal começa o filme e já se vê uma boa suruba ou então os atores já
nus, contracenando falas curtas e pessimamente interpretadas. Cá entre nós, eu
tenho ideias absurdas sobre como gravar filmes pornôs voltados a mulheres.
Penso que o enredo do filme talvez dê mais tesão que o próprio ato sexual.
Enquanto estiverem ganhando rios de dinheiro, não mudarão a forma de ver esse
segmento bilionário. Como eu não tenho dinheiro para investir nessa área [uma
pena], cabe-me apenas me voluntariar para ser uma espécie de consultor das
produções pornográficas voltadas a mulheres. E eu não faria feio não.
Tenho contos escritos bem mais quentes que os
contos que posto aqui, mas por uma razão lógica, não os posto. Não é o perfil
do blog. Aqui falo do sexo sim, mas tendo como pano de fundo o amor. Falar de
sexo pura e simplesmente é muito mais fácil.
Bem, voltemos ao tema central do post, porque
divaguei muito. Os filmes de hoje são voltados apenas ao público masculino. E
provo isso. É só vermos as descrições dos vídeos pornôs na internet para que
você me dê razão. Via de regra são assim: “Mulheres safadas na sua região.”; “Esposa
foi traída e quer se vingar.”; “Mães solteiras precisam de pau.”; “Sua esposa
nunca vai saber.” É tanta frase com viés machista que as mulheres devem se
sentir ainda mais “coisificadas” do que se sentem. É verdade!! A mulher é
representada nos odiosos filminhos de putaria produzidos em estúdio dessa
forma. Vendem a ideia de que a mulher se importa mais em dar prazer do que em
sentir. Muitas vezes, violentada, subjugada. A mulher gostosa e
irritantemente passiva. A vadia insaciável e que sacia todas as fantasias do
espectador. Vendem a mulher sempre como um produto, um objeto que
proporciona prazer, antes de um sujeito que sente prazer.
Além disso, nunca vi – se existe, me corrija
– um anúncio direcionado ao público feminino, tipo “homens solteiros na sua
região” ou “pais solteiros precisam de boceta.” Esses anúncios simplesmente não
existem, por que se parte do pressuposto de que as mulheres não estão
interessadas.
Para vender um produto a um público é
necessário conhecê-lo antes. Fica a dica a algum produtor de filmes pornôs que
se interesse em multiplicar seus lucros: invistam em pornô voltado a mulheres.
Caso queiram uma humilde colaboração, estou à disposição {hehe].
Beijo quente!
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Apollo
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