Naquele inesperado momento, ela
levantou-se da cama vestindo apenas a peça íntima e correu para o banheiro
batendo a porta com força. Ele havia ficado na poltrona, mal acomodado, com um
copo de água gelada nas mãos. A discussão que acontecera há pouco foi pesada e
ambos se abalaram de mais. A moça chorava às escondidas no banheiro temendo o
que aconteceria. Temendo a próxima cena. O ato sexual que tiveram antes da
discussão significava muito para eles, mas nenhum dos dois queria assumir isso
diante do outro ou dar o braço a torcer. Ele, pensava ela, bem que podia querer
assumir compromisso sério comigo. Ele anda tão imerso em seus próprios
problemas que nem pensa em meus sentimentos. Ele é um idiota em não me querer. Nunca
nos entenderemos. A paixão gosta de corações violentados e cheios de culpa por
querer tanto alguém assim. Os homens são todos iguais.
As lágrimas grossas rolavam pela
pele fresca que cobria seu rosto vermelho de tanto chorar. Ela se olhava no espelho e
se perguntava por que nada dava certo em sua vida. Não sabia definir o que era
amor, o que era ódio, não sabia qual dos dois sentia por ele naquele momento.
Seu corpo seminu, que acabara de provar o gosto do prazer, estava ainda com as
marcas do sexo.
Meu Deus, como é difícil amar. Que
misto de sentimentos em um só coração! Não quero mais ele em minha vida. Quero
o fim.
O rapaz procurava esfriar a
cabeça, procurava serenar os pensamentos. Um turbilhão de ideias passava pela
sua mente. Ele não era capaz de apaziguar seu coração sem a ajuda dela, e achava
erroneamente que ela não teria maturidade suficiente de entender um problema
pelo qual passava e não podia lhe contar, não era fácil dizer. Finalmente uma
lágrima rolou de seus olhos. Ele pegou a caixinha de joias que tinha no bolso, acariciou
as alianças douradas que estavam dentro, examinou com cuidado seu nome e o dela
gravados no interior de cada peça e voltou-a no bolso. Levantou-se, foi à
varanda e ficou olhando as estrelas, perdido, procurando um jeito de dizer que
a queria para ser sua esposa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário