O corpo
lânguido e suado suporta o peso do homem. Seus cabelos colam na face como resultado
do suor descompassado que corre pela fronte. O ápice chegara mais uma vez e ela
treme demoradamente o corpo e goza em silêncio. Ele continua as estocadas
vigorosamente porque seu clímax ainda demora. Enquanto isso Amanda vai abrindo
seus olhos da alma para novas nuances que nunca havia percebido. São apenas
breves momentos em que o espírito consegue ver coisas que nunca cogitaria se
não fossem as fortíssimas vibrações de um orgasmo. Ela vê finos fios de luz
percorrendo-lhe o corpo e sumindo pelo teto, penetrando-o. Ela se sente como a
levitar pelo quarto sem peso, sem gravidade. São raríssimos esses momentos e
Amanda agradecia seu homem em pensamento por proporcionar-lhe tamanho prazer.
Os sentimentos de Amanda são o segredo para se vislumbrar visões raríssimas
envolvendo a energia espiritual. Os dois sabiam como celebrar esse ritual
porque ele havia aprendido e a ensinara. Os resultados somente aparecem se todo
o ato for feito da forma rigorosíssima com a qual deve acontecer e envolver um
forte sentimento de comunhão dos dois corpos. Fundiam-se num só corpo
praticamente. São mistérios que eles apenas sabiam fazer acontecer, mas não
tinham ideia, nem de longe, de como explicar. O transe em que Amanda mergulhara
permitia que ela vivesse os dias como uma pluma, que seu sorriso explodisse no
seu rosto e a felicidade tomasse conta de sua vida como se isso fosse a coisa
mais fácil do mundo. Ela sabia muito bem que o que sentia quando entrava em
transe era a fonte de sua energia de viver. A magia que ela vivia era seu
combustível infindável e secreto. Ela passou a agradecer à mãe Lua por tudo o
que lhe acontecia de bom e mesmo de ruim.
Divindades são fontes positivas, são usinas do
bem. E Deus está imenso em cada partícula desse imenso Universo, pensava ela.
Acreditar tendo uma fortíssima razão é mérito para poucos. Amanda era dona de
um segredo e ela amava esse fato. Mal via a hora de estar com ele novamente
para poder visitar aquele mundo repleto de cores radiantes, de luzes tênues ou
brilhantes, mas sempre suaves e convidativas a mais uma experiência.
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