sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Circunstâncias do amor


Numa manhã ensolarada de sábado, com o típico calor do fim de dezembro, Ricardo e Lenira decidiram ir à praia. Eles haviam passado a noite juntos e adormeceram, exaustos, na posição que se chama popularmente de conchinha. Ele acordou primeiro, preparou uma bandeja com uma refeição leve e acordou sua amada com beijos e carícias no rosto. Ela abriu os amendoados olhos ainda dominados pelo sono pesado que havia tomado posse dela durante parte da noite, pois eles haviam repetido inúmeras vezes o ato de se amarem sem medida e sem limites. Olhou seu homem com ternura infinita e respondeu ao bom dia dele com a voz entrecortada por um bocejo. Sentiu-se muito desejada e amada naquele momento tão romântico que ela havia previsto e planejado em pensamentos inúmeras vezes. Afinal, fazia seis meses que eles programavam aquele encontro que finalmente havia acontecido. Ele havia vindo de Minas Gerais para encontrá-la no aeroporto de João Pessoa depois de se conhecerem numa noite fria de julho. Lenira, com seus 18 anos, há muito estava apaixonada pelo homem que lhe acalmava a alma, que lhe permitia manifestar o amor de forma muito contundente e particular. Ricardo via nela toda a alegria de estar com alguém. Fazer amor com ela era o ápice da demonstração de seu sentimento. Durante aquele momento, eles fizeram a primeira refeição do dia, entre risos, e ouvindo uma música calma que parecia comungar com eles aquele momento de tanta paz. Eles sabiam que somente a tranqüilidade é momento para se abrir os canais do espírito e deixar fluir o amor.
Já vestidos, saíram à rua, em direção à praia, abraçados, apaixonados, tendo a certeza de que os dias que passariam juntos seriam memoráveis e pertenceriam a eles para sempre. Lenira estava mais bonita, seus louros cabelos esvoaçavam ao vento enquanto seu homem notava em seu olhar um lindo brilho que sabia ser uma divina conseqüência de uma doce causa.
Já na praia, Lenira viu suas amigas que imediatamente foram ter com ela, e conhecer seu consorte do qual tantas vezes ela falou. Depois das devidas apresentações, elas se retiraram para um canto da praia e comentavam a certa distância sobre o rapaz que estava sentado na areia e deixava o vento atingir-lhe a face, e sentia a paz que aquele momento lhe transferia. Sua vida estava mudando definitivamente, e todos os últimos dias eram testemunhas de que ele estava irremediavelmente apaixonado por aquela menina de 18 anos. A alegria que brotava nela era o atrativo que lhe prendia ao jovem coração da garota, e lhe fazia perceber que o amor tem mil faces, que o amor precisa ser vivido toda uma vida para ser compreendido em apenas algumas nuances. Lenira deixou suas amigas e se atirou nos braços de Ricardo que a acalentou e fez um carinho na testa, beijou-lhe os lábios e disse que a amava.
O dia transcorreu numa velocidade alucinante, estando os dois, ao fim do dia, novamente estirados sobre a confortável cama do hotel onde estavam hospedados. Fizeram amor e experimentaram a energia inebriante que o ato proporciona. Sabiam que o ato do sexo era apenas uma exígua manifestação de uma das mais lindas facetas do amor. À hora do jantar, se aprontaram e foram à casa de Lenira onde ele conheceria os pais dela, que naturalmente, queriam a filha feliz e sabiam que sua felicidade significava estar ao lado daquele homem vindo de tão longe, mas que sempre esteve tão perto do coração dela. Eles perceberam que o comportamento da menina estava mais doce, que ela estava ainda mais carinhosa com eles, e que o amor é a única coisa que valia a pena por toda carga de sentimentos e sensações existentes no mundo.

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