domingo, 14 de outubro de 2012

Janaina

Era uma vez uma menina. Uma menina louca que era dona de si, era dona de sua vida, embora muitas outras pessoas quisessem também ser donas da vida dela. Mas ela não permitia, aliás, nunca permitiu. O nome dela? Janaina! Uma mulher adorável, inteligente, muito inteligente, mas de uma inteligência intuitiva, nada lógica, feita de iluminações, de insights. Tem uma imensa habilidade de viver e ama as pessoas e as coisas. Surpreende sempre com um rasgo de heroísmo, abre mão de coisas que ama, para que outras que estão numa situação mais complicada possam ser felizes. Apenas esse fato já é para se avaliar a capacidade da alma de Janaina. Tanto é capaz de se fazer amada como de amar. Só precisa compreender que os homens não são todos iguais, e que pessoas boas precisam ser garimpadas na lama dos acontecimentos.
Ela tem tudo para ter uma compreensão da vida surpreendente, basta que siga as escolhas que seu coração mandar e não as escolhas que impressionam os amigos. Como ainda tem só 19 anos, quase 20, ela tem ainda muito tempo para aprender. Aprendeu uma lição importantíssima outro dia. Aprendeu a perder para poder ganhar. Permito-me falar de Janaina, porque eu a conheço, talvez, melhor que a própria família dela. A Janaina que conheci estava desarmada e não precisava se defender para se fazer entendida na situação. Eu a conheci como ela realmente é. Sem máscaras. Não que ela seja falsa ou coisa do tipo. É que nesse mundo louco de hoje as máscaras nos servem como formas de sobrevivência, nos servem para sofrermos menos. O que digo dela nessas pobres linhas são o resultado de alguns felizes meses de observações. É que os olhos do coração enxergam as coisas como elas verdadeiramente são.
Janaina se defende do mundo, se defende dos homens, se defende da pessoa que a colocou no mundo. Quem tanto se defende cria uma couraça em torno de si, e isso é um processo natural, uma consequência óbvia e ela aprendeu a fazê-lo bem, mas faz sofrer quem apenas sinaliza que gostaria de vê-la sofrendo. Isso ela também sabe fazer. Mas acho que ela aprendeu a perdoar e pedir perdão. Essa menina está aprendendo muito rápido.
Vai vencer na vida e ser muito feliz. A felicidade que desejo para ela é a felicidade que desejo para mim. Ser feliz não é ser rico, ter infinitas posses e ter o mundo aos pés. Ser feliz é ter a capacidade de enfrentar os problemas que irremediavelmente virão nos visitar. É ainda estar com a consciência moral satisfeita e com os deveres cumpridos.
Ela sempre surpreende. Com atitudes boas e algumas ruins, não importa. A última vez que ela surpreendeu foi quando disse que abriria mão de uma pessoa que amava muito para que esta pessoa pudesse viver com uma mulher que, sem que soubesse, havia assumido um compromisso eterno com ele. Não é fácil tomar decisões assim. Isso amadurece muito. Tenho certeza que ela compreendeu o tamanho do seu feito e sei que não vai adotar atitudes impensadas para remediar seu coração que sofria amargamente naquela época.
Não vou falar de sentimentos por ela. Ela os conhece bem e isso basta. Quisera apenas que ela lesse essas linhas, que são uma espécie de agradecimento por ela ter me ensinado tanta coisa boa. Aprendi demais com essa mulher. Obrigado, Janaina.

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