Era uma vez
uma menina. Uma menina louca que era dona de si, era dona de sua vida, embora
muitas outras pessoas quisessem também ser donas da vida dela. Mas ela não
permitia, aliás, nunca permitiu. O nome dela? Janaina! Uma mulher adorável,
inteligente, muito inteligente, mas de uma inteligência intuitiva, nada lógica,
feita de iluminações, de insights. Tem uma imensa habilidade de viver e ama as
pessoas e as coisas. Surpreende sempre com um rasgo de heroísmo, abre mão de
coisas que ama, para que outras que estão numa situação mais complicada possam
ser felizes. Apenas esse fato já é para se avaliar a capacidade da alma de
Janaina. Tanto é capaz de se fazer amada como de amar. Só precisa compreender
que os homens não são todos iguais, e que pessoas boas precisam ser garimpadas
na lama dos acontecimentos.
Ela tem tudo
para ter uma compreensão da vida surpreendente, basta que siga as escolhas que
seu coração mandar e não as escolhas que impressionam os amigos. Como ainda tem
só 19 anos, quase 20, ela tem ainda muito tempo para aprender. Aprendeu uma
lição importantíssima outro dia. Aprendeu a perder para poder ganhar. Permito-me
falar de Janaina, porque eu a conheço, talvez, melhor que a própria família
dela. A Janaina que conheci estava desarmada e não precisava se defender para se
fazer entendida na situação. Eu a conheci como ela realmente é. Sem máscaras.
Não que ela seja falsa ou coisa do tipo. É que nesse mundo louco de hoje as
máscaras nos servem como formas de sobrevivência, nos servem para sofrermos
menos. O que digo dela nessas pobres linhas são o resultado de alguns felizes meses
de observações. É que os olhos do coração enxergam as coisas como elas
verdadeiramente são.
Janaina se
defende do mundo, se defende dos homens, se defende da pessoa que a colocou no
mundo. Quem tanto se defende cria uma couraça em torno de si, e isso é um
processo natural, uma consequência óbvia e ela aprendeu a fazê-lo bem, mas faz
sofrer quem apenas sinaliza que gostaria de vê-la sofrendo. Isso ela também sabe
fazer. Mas acho que ela aprendeu a perdoar e pedir perdão. Essa menina está
aprendendo muito rápido.
Vai vencer na
vida e ser muito feliz. A felicidade que desejo para ela é a felicidade que
desejo para mim. Ser feliz não é ser rico, ter infinitas posses e ter o mundo
aos pés. Ser feliz é ter a capacidade de enfrentar os problemas que irremediavelmente
virão nos visitar. É ainda estar com a consciência moral satisfeita e com os
deveres cumpridos.
Ela sempre surpreende.
Com atitudes boas e algumas ruins, não importa. A última vez que ela surpreendeu foi quando disse que abriria mão de
uma pessoa que amava muito para que esta pessoa pudesse viver com uma mulher que, sem
que soubesse, havia assumido um compromisso eterno com ele. Não é fácil
tomar decisões assim. Isso amadurece muito. Tenho certeza que ela compreendeu o
tamanho do seu feito e sei que não vai adotar atitudes impensadas para remediar
seu coração que sofria amargamente naquela época.
Não vou falar
de sentimentos por ela. Ela os conhece bem e isso basta. Quisera
apenas que ela lesse essas linhas, que são uma espécie de agradecimento por ela
ter me ensinado tanta coisa boa. Aprendi demais com essa mulher. Obrigado, Janaina.
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