Recebi um telefonema hoje muito
cedo. Era Fernanda. Já falei dela alguns posts atrás. Conversamos amenidades.
Nanda é dessas amigas que aparecem de vez em quando, deixam uma marca e vão
embora. Nessa ocasião ela queria saber se eu estava morando no mesmo lugar. Disse
que foi em minha casa e não me achou. Estou passando uns tempos fora. Com a
permissão do Mestre Maior eu ainda volto para lá em breve. Eu sabia que
tinha algo que ela queria me dizer afinal Fernanda não é o tipo de mulher que
telefona para alguém só para saber se essa pessoa está bem, se está viva. Quando
lhe disse que estou com alguém notei que ela deu uma baqueada, depois retomou o
mesmo timbre de voz e continuou sua prosa.
Falamos sobre o passado, o
presente, não falamos do futuro. Ela nunca fala do futuro com as pessoas porque
diz que o que ainda não aconteceu só merece mesmo é planos e sonhos, mas
prefere que eles sejam parte apenas dela própria, imersos em seus pensamentos
mais recônditos.
Falamos sobre Stendhal, seu autor
predileto. Ela sempre gostou mais de Stendhal do que Oscar Wilde, e sempre
comparava os perfis dos dois exaltando seu autor e falando que Wilde [o qual já
li quase tudo] era um maluco por ter escrito apenas um romance, e por esse romance
contar uma história absurda [ela falava do livro “O retrato de Dorian Gray”]. Fernanda
nunca entendeu o propósito de Wilde nesse livro, mas gostava dos diálogos de Lord
Henry e Dorian Gray, vai entender as mulheres.
Por fim nos despedimos sem marcarmos nada. Apenas a vida, nessas idas e voltas alucinantes podem nos colocar de novo no mesmo caminho para fazermos novas escolhas, disse ela antes de dizer tchau.
Por fim nos despedimos sem marcarmos nada. Apenas a vida, nessas idas e voltas alucinantes podem nos colocar de novo no mesmo caminho para fazermos novas escolhas, disse ela antes de dizer tchau.
Nenhum comentário:
Postar um comentário