terça-feira, 18 de junho de 2013

12 de Junho (parte II)


Girei o botão do fogão, apertei o acendedor, a chama se fez. Coloquei a panela sobre a chama.  A manteiga começou a crepitar dentro da pequena caçarola e logo comecei a adicionar os ingredientes para preparar nosso jantar. Amanda se fazia presente na cozinha, ao meu lado, enquanto conversávamos sobre assuntos diversos. Em alguns momentos, as palavras sumiam, no olhávamos, nos beijávamos, nos abraçávamos com imensa ternura. Eu dizia coisas carinhosas em seu ouvido e podia sentir seu sorriso se esboçar sem mesmo vê-lo. Enquanto o prato leve que eu havia escolhido cuidadosamente era cozido, nós namorávamos, nos sentíamos, curtíamos aquela atmosfera envolvente que nos tomava.

O amor é um sentimento muito forte. Ele se torna tantos outros, mas sua raiz permanece inalterável. Aquela noite seria mesmo eterna, pois o amor pode se eternizar no tempo.

Amanda estava deslumbrante. Trazia uma maquiagem cuidadosamente feita, com tons suaves e sóbrios, contrastando ricamente com sua pele morena. Trajava uma roupa escolhida carinhosamente, e uma lingerie nova. Eu, sinceramente, ansiava enormemente por deitar-me na cama junto a ela e ficarmos ali, abraçados, nos beijando, sem pressa, esperando a fagulha fatal ser acesa para que nos tomássemos em amor. Mas o amor é um caminho maravilhoso. A noite dos namorados pedia um ritual todo peculiar: o jantar, a luz de velas, o vinho na temperatura certa. Esses pequenos detalhes são essenciais para que se registre no livro dos tempos que naquela noite, dois namorados eram apenas uma alma, um facho de luz que se voltava ao céu e se somava a milhares de outros que faziam a mesma coisa naquela mesma noite, naquele mesmo momento. O Universo canaliza uma quantidade sem tamanho de energia ao pequeno planeta que orbita uma pequena estrela que foi batizada de Sol. Mas a energia que brotava dali era enorme e avassaladora, porque o amor estava ali naquele planeta, e talvez sempre esteja, mesmo o Universo se matando e se recriando eternamente, sob a égide do sentimento que lhe deu origem: o amor.


[continua...]

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