terça-feira, 20 de março de 2012

Ser Apollo – glória ou desgraça?



Não há nenhuma vantagem em usar o nome de um deus grego. Não há nenhuma glória em possuir tantos atributos e funções, em ser o deus mais influente e venerado da antiguidade clássica, em ser tido como o sol ou a luz da verdade se eu não sou um deus. E nem pretendo ser, falta-me muito, muito mesmo para tal pretensão.
Malgrado eu não ver nenhuma semelhança minha com o Apolo filho de Zeus e Leto, o que percebo apenas é que nossas desgraças são as mesmas. Apesar dos muitos amores que passaram em sua vida, foi infeliz e saiu perdedor em todos eles. Temos o mesmo destino. Aliás, era Apolo quem era o responsável por desvendar os desígnios do destino. E o meu destino, embora eu desacredite em tal figura mitológica, nem o Oráculo de Delfos conseguiria predizer.
Minha intenção ao criar esse codinome no blog nunca foi me comparar ao Apolo grego. Ele foi um deus muito respeitado e temido por toda a Grécia. Minha pretensão foi apenas trazer à tona que nossas tragédias amorosas são as mesmas. Por isso o título: Glória ou desgraça?
Eu nunca seria um deus. Meus defeitos, embora já tenham sido muito maiores, ainda são infindáveis. Um deus mitológico, apesar de ter defeitos como os humanos mortais, são deuses e isso não se discute.
Mas sou um apaixonado pelo amor. Mesmo sabendo que Apolo foi infeliz com as ninfas Corone, Dafne, Cirene, a princesa Marpessa, a profetisa Cassandra, dentre outras, sei que ele perseguiu o sentimento maior. O amor, como tenho dito, é uma busca. Buscar demanda paciência e desenvolvimento da prática de procurar e esperar. Não esperar de braços cruzados, inerte. Esperar depois de haver revolvido as montanhas do infinito. Alguma coisa, alguém só reage depois de algum tempo que foi estimulado a isso. O amor é assim. É buscar sem ter a dúvida de que o objetivo está em algum lugar. Desacreditar que se pode encontrar o amor, é deixar de acreditar que é possível voltar a ter a flama explodindo na alma. Então... que a busca seja tão interessante quanto o encontro. Que o encontro seja infinito como nós. 

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