quinta-feira, 12 de abril de 2012

O desejo de Apollo - 2

Pontualmente às dez da noite Apollo buzinou o carro na rua de baixo de sua casa. Amanda disse pra ele que não fosse até sua porta, pois morava com os pais e ela não queria explicar para eles que fosse sair com uma pessoa pouco depois de terminar um namoro. Ela desceu as escadas em passo apressado, na velocidade que seu enorme salto permitia. Ele a esperava do lado de fora do carro. Abraçaram-se e entraram no carro. Ele deu partida no motor e saíram andando sem rumo, mas foi interpelado por ela que quis saber onde iriam. Ele respondeu que queria rodar sem ter aonde ir, que queria estar ao lado dela e ouvir e sentir sua doce voz, mais nada. Eles conversaram futilidades. Amanda estava nervosa. Sentiu-se como uma adolescente ao lado daquele homem que a atraíra desde o dia anterior pela sala de bate-papo. Ela percebeu certa perspicácia nas palavras dele. Ao telefone, percebeu que ele articulava bem a voz, pronunciava com cuidado as palavras que lhe falava. Amanda começou a desenhar em sua cabeça como seria uma vida em comum com aquele homem adorável.
Ele parou o carro em uma praça com pouco movimento e conversaram sobre eles, sobre suas vidas, ocupações, preocupações, sonhos, futuro. Foi uma conversa que não permitia que eles dessem conta que os ponteiros do relógio voavam pelo mostrador. Nisso, ele já havia roubado um beijo dela, e se abraçavam apertadamente. Apollo pediu-lhe para que fossem para um lugar mais tranqüilo. Foram parar em um motel. Ele escolheu o quarto com atenção e desceu o toldo da garagem. Já dentro daquele cenário de encontros românticos, eles sentaram-se e logo em seguida deitaram-se na cama, ainda vestidos e trocaram longos beijos com o toque da língua na boca, com a respiração ofegante que denunciava que o desejo se fazia ardente.
Eles pouco se importavam que não tivessem começado a tirar suas roupas e caíssem um sobre o outro famintos por sexo. Eles nem foram para aquele lugar pensando em sexo, por mais descabido que possa parecer aos mais insensatos. O desejo deles era não serem interrompidos naquela noite mágica e única. É possível se admitir que isso era algo previsível, mas considerar que pudesse acontecer é diferente de dizer que fosse certo que ocorresse.
O calor dos movimentos que eram lentos em sua essência, mas quentes no que denunciavam, foram o prelúdio de carícias mais envolventes. Ele percorria todo o corpo de Amanda com a língua, derretendo-a em gemidos extenuantes. Ela apertava a cabeça dele contra o peito, e ele, sofregamente, tirou-lhe a t-shirt, e fartou-se em seus seios. Amanda gemia agora alto, e esfregava suas pernas nas pernas dele, em movimentos vigorosos. Incrivelmente ela não o deixou tirar-lhe suas calças, queria evitar que ele pensasse mal dela. Apollo a respeitou de pronto embora o forte tesão lhe sugestionasse o contrário. A cadência caiu novamente para beijos mais suaves. Eles estavam tomados pelo desejo e só cabia a Apollo envolvê-la naquele clima sensual que exalavam as paredes do quarto. Ela reclamou de calor em certo momento e perguntou a ele se se incomodava caso ela quisesse tirar as calças. O rapaz entendeu o que ela queria fazer e disse que não se importava. Quando ele a viu de calcinha apenas, o desejo tomou-lhe de novo, violentamente. Tomou Amanda nos braços, deitou-a sobre a cama redonda e posicionou-se por cima dela. Com a rapidez de um relâmpago ele desfez-se de suas calças com apenas uma mão e passou a excitá-la agora esfregando seu sexo no dela. Amanda deu sinais que abrira mão da luta inútil. Ele puxou sua calcinha de lado e tocou seu sexo com os dedos. Ela pingava de desejo. Então afastou sua cueca de lado também e passou a pincelar seu membro em Amanda, fazendo com que ela erguesse seu quadril em busca do falo do rapaz. Ela implorava com os olhos para que ele a possuísse de uma vez. Não agüentando mais, ele penetrou-a vagarosamente, e quando chegou ao fundo, parou, olhou-a nos olhos, beijou-lhe delicadamente a boca e começou um sutil e vagaroso movimento de vai e vem, o qual foi aumentando o ritmo a cada estocada, e a cada gemido povoado de prazer que Amanda dava em seu ouvido. O sincronismo entre eles era fantástico e indescritível. Quando explodiram num gozo alto, Amanda quase desfaleceu sobre a cama e ficou de bruços com os olhos semi-cerrados olhando-o enquanto ele continuava a beijar-lhe a face, o pescoço, e passear a língua sobre aquele corpo ainda em chamas. Em poucos minutos, o rapaz não contendo o desejo de vê-la deitada de bruços, com aquele corpo lindo e nu pedindo por mais amor, foi por cima da moça e começou a beijar-lhe a nuca, o pescoço e logo ele estava pronto para novo ato. Amanda entendendo o que lhe aguardava, contribuiu o quanto pôde para receber o membro dele novamente dentro de si, o que aconteceu sem esforço nenhum, porque ela estava muito excitada. Esse ato foi mais agressivo, se é que pode se chamar assim, e ela teve vários orgasmos dessa vez. O rapaz tirou-lhe o fôlego repetidamente, e por fim gozou sobre suas costas num alto gemido de prazer e volúpia. Ficaram se acariciando por longos minutos, até que seus corpos recuperassem o vigor e fossem tomar banho juntos, se namorando ainda no chuveiro.
Ficaram de se encontrar novamente, porque o sentimento que havia nascido naquela noite foi bem peculiar. Ele estava carente há muito tempo, assim como ela, e uma noite de amor, era um segundo frente a uma eternidade que os aguardava. Amanda povoou seus pensamentos naquela noite, e seu sono foi tranqüilo, sereno. Na manhã seguinte, ela acordou com um sorriso leve e solto nos lábios, deu bom dia ao sol que já pairava no zênite do céu, e foi começar seu dia.

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