Ele acordou em meio a um terrível pesadelo. Virou-se para o
lado e viu aquela linda mulher dormindo inteiramente nua. Pouco assustado com o
absurdo do sonho que acabara de lhe ocorrer, ele pensou no desfecho e
procurou tentar entender a razão pela qual tal absurdo lhe visitou os sonhos.
Consultou o relógio do celular; 4 da manhã. Olhou deliciosamente o corpo imóvel
da mulher já prestes a esquecer-se do pesadelo e vagueou suas mãos por aquelas nádegas volumosas. Como resultado de tantas carícias, Claudia acordou e olhou
para ele. Sonolenta, sorriu levemente e percebeu que o rapaz pretendia
fornecer-lhe os orgasmos impetuosos tão conhecidos seus. Ela acedeu ao convite
dele. Deitada de frente para seu homem, abriu as pernas o
quanto pôde. Adorava essa posição e nela experimentava os orgasmos mais
devastadores. Num frêmito dividido entre atirar para longe os fantasmas que o
perturbavam os pensamentos e o desejo forte e incoercível de tomar daquele
corpo mais uma grande medida de prazer, ele possuiu aquela fêmea com terrível
apetite e arrancou-lhe insanos gemidos até o clímax total. Exaustos, ambos dormiram nus,
extenuados um por sobre o outro até o dia clarear.
O céu límpido daquela manhã que prenunciava um dia quente de verão dominava o alvorecer do dia em Curitiba. Eduardo
acordou de um longo sono, meio confuso, nu e sentia muita sede. Levantou-se
lentamente e caminhou até a cozinha da casa de sua cliente. Tomou três copos
fartos de água. De volta ao quarto, Claudia coçava os olhos recém abertos.
Sorriu para ele com enorme carinho. Chamou-o com os
olhos marotos. Já recuperado, Eduardo deitou-se ao lado de Claudia e
ofereceu-lhe o braço para ela deitar. Ela aceitou, mas parou muito pouco tempo deitada.
Logo levantou-se e procurou com as mãos ávidas pelo pênis de Eduardo. Já ereto,
ela não resistiu àquele mastro duro como rocha que ela jazia nas suas pequenas
mãos. Ela adorava praticar sexo oral e com muito carinho ela começou a
desenvolver aquela atividade que ela tanto conhecia. Lentamente e denotando
certo romantismo, característica ímpar da moça, ela passou a língua de uma
ponta à outra do membro e depois começou a tornar intensos seus movimentos.
Chupou, lambeu e beijou. Por meia hora. Quando notou que ele prenunciava o orgasmo,
ela interrompeu a sessão matinal e foi para o banho. O michê que já conhecia
esse jogo de sedução, aguardou por alguns demorados minutos e foi ao encontro dela. Sobre
a banheira de hidromassagem a transa foi mais violenta. Claudia
fantasiava ser possuída à força, com total submissão. Eduardo, que já conhecia
esse detalhe, tomou-a com fortes investidas.
Exaustos da maratona que iniciara na tarde anterior, quando
Eduardo chegou, eles foram preparar o café da manhã. Durante a frugal refeição matinal conversaram amenidades e
assuntos corriqueiros. Depois deitaram sobre as espreguiçadeiras da varanda e
ficaram ali, presenciando a beleza do dia recém iluminado.
Eduardo mantinha consigo o desejo sincero de se entender novamente
com alguma mulher. Ele ambicionava se envolver, se entregar, voltar a ter uma
razão que partisse de sua alma para agir todos os dias, trabalhar como todas as
outras pessoas, evitar os excessos a que estava submetido em sua vida atual.
Pensava em sua família que não via há mais de dois meses. O mercado de trabalho estava
aquecido por causa das férias de janeiro, e não sobrava quase nenhum tempo para descansar,
para aliviar a alma dos antagonismos que seu espírito atravessava.
Dizia uma velha lenda que numa pequena vila às margens do
Rio Shannon, no norte da Irlanda, havia um homem que tinha o hábito de chupar
os dedos. Esse velho hábito já o colocara tantas vezes em situações
embaraçosas. Disposto a vencer esse impasse contra si próprio, ele procurou um
velho sábio que morava longe de sua aldeia. Apesar da dificuldade, o homem foi até ele e lhe disse:
— Não consigo parar de
chupar o dedo.
Depois de uma pequena
pausa, o sábio respondeu:
— Não ligue pra isto, mas chupe um dedo diferente a cada dia da semana.
O homem voltou para sua
casa e assim o fez todos os dias. Toda vez que levava a mão à boca, conscientemente
escolhia o dedo que iria chupar naquele
dia.
Depois de um mês ele
estava curado. De tão feliz, decidiu voltar ao sábio para agradecer-lhe. Após fazê-lo, perguntou ao sábio qual foi a razão de sua instrução e o
porquê de ter dado certo.
- Quando o mal torna-se um hábito, ele passa a fazer parte de nossa vida. Mas, quando ele passa a nos exigir atitudes novas, decisões, escolhas, então temos consciência de que não vale tanto esforço. Assim pensamos voluntariamente no mal que sofremos e nos livramos dele.
Eduardo ouvira essa
história aos doze anos, mas não se lembrava dela. Talvez se se lembrasse, estaria
caminhando para o rumo certo e mais perto do encontro de sua longa busca.
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